31 de mai. de 2012

Nova Iorque quer proibir venda de refrigerantes com mais de 500ml

Nesta quinta 31, o jornal Folha de São Paulo e os portais G1 e R7 repercutiram o projeto do prefeito de Nova Iorque de proibir a venda de refrigerante em embalagens com mais de 500ml.

O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, quer proibir a venda de refrigerantes e outras bebidas açucaradas em locais públicos, como restaurantes e cinemas, como medida de combate à obesidade da população. O veto afetaria somente as embalagens com mais de 500 ml.

Bloomberg falou sobre sua proposta em uma entrevista ao jornal "New York Times" desta quinta-feira (31), provocando reação imediata entre empresários que comercializam as bebidas.

De acordo com dados oficiais, mais da metade dos adultos da cidade é obesa ou sofre com o sobrepeso. Uma pesquisa do governo mostra que um terço dos nova-iorquinos bebem uma ou mais bebidas açucaradas diariamente.

A proibição atingiria ainda as redes de fast food, os ginásios esportivos e estabelecimentos de venda de comida pronta, todos bem populares entre os norte-americanos. Mercados, mercearias e lojas de conveniência seriam exceção e poderiam vender as bebidas.

Na lista das açucaradas, estariam incluídos também os drinques energéticos e chás gelados. Porém, o veto não se estenderia a bebidas com menos de 25 calorias por 250 ml, como as águas vitaminadas, os chás gelados que não levam açúcar e os refrigerantes diet. Sucos e bebidas à base de leite - como milk-shakes - também estariam de fora.

Reações

A proposta provocou reações contrárias. Para Stefan Friedman, da Associação de Bebidas de Nova Iorque, "o município não vai resolver a questão da obesidade atacando o refrigerante porque o refrigerante não está aumentando a taxa de obesidade”, afirmou.

A Coca-Cola também criticou a atitude do prefeito. “Os nova-iorquinos esperam e merecem melhor do que isso. Eles podem fazer suas próprias escolhas sobre as bebidas que compram. Esperamos que os nova-iorquinos alto manifestar a sua desaprovação sobre este mandato arbitrário”, dizia o texto.

Na opinião do McDonald's, "questões de saúde pública não podem ser eficazmente enfrentados através de uma proibição restritiva focada e equivocada. Este é um tema complexo e que requer uma abordagem mais colaborativa e abrangente".

A Associação Nacional de Refrigerantes disse que vai se aliar com empresários para lutar contra a proibição, alegando que restaurates trabalharam por muitos anos para fornecer alimentos saudáveis para seus clientes e apontou que o número de pessoas empregadas poderia cair por conta da medida.

Proteção da saúde

Esta não é a primeira vez que o prefeito de Nova Iorque tenta melhorar a saúde da população. Ele já promulgou leis que proibiram o fumo em parques públicos, a venda de alimentos com gordura trans e outra que obrigou os restaurantes a divulgarem tabelas nutricionais dos pratos comercializados. Além disso, Bloomberg apoia a criação de imposto sobre refrigerantes, mas esta proposta ainda não foi aprovada.


Nos últimos anos, os refrigerantes foram banidos em algumas escolas, que proibiram a venda. Em algumas cidades, também não podem ser vendidos em prédios públicos. Já o Departamento de Saúde de Nova Iorque tem promovido uma campanha para reduzir o consumo de bebidas açucaradas. Veja abaixo dois vídeos.

A previsão é que a nova proposta de lei vá para votação em junho deste ano e, se passar, entrará em vigor a partir de março de 2013. Antes da votação, o projeto necessita ser aprovado pelo Conselho de Saúde. Ao que tudo indica, isso deve acontecer. Todos os membros foram indicados pelo prefeito de Nova Iorque e o presidente do órgão é comissário no departamento de saúde da cidade.



15 de mai. de 2012

Semana de Alimentação Escolar - 14 a 18 de maio de 2012

“Vamos comer?” é o nome sugestivo do vídeo produzido integralmente por jovens da Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (Rap da Saúde). Ele será a atração da Semana de Alimentação Escolar (SAE) deste ano que discute vários ângulos da temática.  Disponibilidade de alimentos no cotidiano da vida urbana e do campo é o pano de fundo para que os jovens se expressem sobre hábitos de alimentação e cultura. A possibilidade de discutir alimentação e sustentabilidade do planeta chega em boa hora, nas vésperas da Conferência Rio +20.   

O vídeo responde ao convite do Instituto de Nutrição Annes Dias, que tradicionalmente propõe temáticas abrangentes e transversais para mobilização da comunidade escolar. A produção do vídeo pelos jovens tem como pressuposto o protagonismo juvenil e tem sido uma estratégia educativa que permite aos jovens expressarem suas visões de mundo, tendo como perspectiva a promoção da saúde. O reconhecimento do valor das palavras dos jovens se materializou com a premiação concedida a doze trabalhos em mais de mil apresentados no Congresso Mundial de Nutrição em Saúde Coletiva (WNRio 2012), realizado em abril no Rio de Janeiro.

O uso do vídeo não tem data marcada, a discussão sobre alimentação saudável com jovens pode acontecer em outros momentos dentro ou fora da escola.

3 de mai. de 2012

Notas de qualidade

A água nossa de cada dia
A Coordenação de Controle de Qualidade de Alimentos do INAD no informativo nº1/2012 fala da água, alimento essencial à vida. Veja aqui.
Rótulos de alimentos, como decifrar?
O informativo nº1/2010 mostra como entender os rótulos de alimentos. Veja aqui.
 



Esses e outros informativos sobre controle de qualidade de alimentos estão disponíveis na nossa seção PUBLICAÇÕES

Propaganda tem influência negativa na alimentação das crianças

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional apresenta, na sua página, em 23/03/2012 uma reportagem sobre o artigo "Regulamentação da propaganda de alimentos infantis como estratégia para a promoção da saúde". Transcrevemos as palavras da Agência Brasil dada a importância da temática no cotidiano da vida de nossas crianças e adolescentes:

A alimentação da população brasileira vem se alterando nas últimas décadas, e um dos fatores que contribui para essa mudança é a publicidade. Devido a essa alteração, o artigo "Regulamentação da propaganda de alimentos infantis como estratégia para a promoção da saúde" analisou o conteúdo das propagandas alimentícias veiculadas na televisão.

O estudo foi realizado por Patrícia Henriques, Enilce Oliveira Sally, Luciene Burlandy e Renata Mondino Beiler, pesquisadoras da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense. O estudo foi publicado na edição de fevereiro da revista Ciência & Saúde Coletiva.

Segunda as autoras, a mudança alimentar que vem ocorrendo nos últimos tempos é consequência, principalmente, das transformações no cotidiano e no trabalho que marcam a contemporaneidade. Fatores como urbanização, compressão do tempo-espaço, industrialização crescente, multifunções da mulher na atualidade, marketing e outros contribuem para o aumento do consumo de alimentos industrializados, realização de refeições fora do domicílio e para a busca da praticidade e economia de tempo, afirmam.

Então, "se por um lado as práticas alimentares se adéquam ao ritmo acelerado do cotidiano, por outro a indústria de alimentos capitaliza esta problemática oferecendo 'soluções' para reduzir o tempo de preparo através dos alimentos pré-cozidos, congelados, enlatados etc", informam as nutricionistas no artigo.

As autoras lembram que as crianças estão cada vez mais expostas aos alimentos industrializados devido ao "aumento da jornada de trabalho dos pais ou pela falta de opções saudáveis na escola ou ainda pelo bombardeio de propagandas de produtos alimentícios que influenciam de forma negativa nas suas escolhas alimentares". Para as especialistas, a televisão apresenta a publicidade mais significativa e as crianças interagem com ela, como se fosse seu semelhante - assim, elas podem adquirir uma concepção inadequada do que seja um alimento saudável. Além disso, estudos comprovam que crianças brasileiras gastam mais tempo em frente à televisão do que praticando atividades físicas, alertam as nutricionistas.

De acordo com a pesquisa, a propaganda de alimentos é o foco de discussão entre especialistas da área de saúde, pois há fortes evidências de que a mídia televisiva influencia nas preferências alimentares da sociedade. Neste contexto, as nutricionistas informam que a regulamentação da propaganda de certos produtos que podem fazer mal a saúde, se consumidos em excesso, pode encorajar a população a melhorar as suas escolhas alimentares e a controlar o comportamento inadequado à saúde. Desta forma, "o governo brasileiro formulou uma proposta de Regulamento Técnico que normatiza os termos das atividades publicitárias destinadas ao público infantil ratificada pela Resolução nº 408/2008 do Conselho Nacional de Saúde", acrescentam.

As autoras avaliaram as propagandas de alimentos para crianças em duas grandes emissoras de televisão durante o período de férias escolares e utilizaram o Regulamento Técnico como critério de análise. Todas as propagandas avaliadas infringiam pelo menos três artigos do regulamento. Segundo as nutricionistas, "é nítida a urgência do setor público de regular o conteúdo das propagandas de alimentos infantis, cujo consumo pode ser prejudicial à saúde devido à influência que exercem na decisão pela compra, tanto por parte das próprias crianças, quanto dos pais".

As pesquisadoras concluem que a sociedade em geral, os educadores e os profissionais de saúde devem insistir em uma propaganda ética e na promoção de uma alimentação saudável através da mídia televisiva. Para as autoras, a responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo e público é um desafio, porém é o caminho para promover a saúde e prevenir doenças. "As intervenções governamentais que visem proteger a criança de riscos não podem ser entendidas como restrição à liberdade de expressão, mas como instrumentos para a garantia do direito a uma alimentação adequada e saudável", consideram as nutricionistas.

 Fonte: Agência Brasil